O intuito da paixão!

O homem é, por instinto puramente natural, um ser que se apaixona. Sem eiras nem beiras, sem porquês nem pra quês, o homem simples e meramente se apaixona. Por vezes, perdidamente.

Sortudo é o homem que se apaixona todos os dias pela mesma mulher, e mais sortudo é o que conquista e faz com que a mulher se apaixone todos os dias, por ele.

Somos seres, indubitavelmente, feitos de paixão.

E nos apaixonar é, friso, É, a parte mais importante da vida.

Não podemos viver sem paixão.

Sem amor, conseguimos, sempre. Há vida sem amor. Há vida sem carne, há vida sem sexo, sem beijo, sem tato, sem contato,

Mas não há vida sem paixão.

É importantíssima.

Belíssima.

Inexplicável e ao mesmo tempo, apaixonavél.

Me apaixono pelo simples prazer de me apaixonar. Me apaixono pelo ato de se apaixonar. Sou apaixonado comigo, quando apaixonado estou.

Sem paixão não há o agir. E para mim, o agir é o se apaixonar.

Se houve, alguma vez, um alguém que não fosse apaixonante, eu não conheci. Não, nunca houve. Em todas as partes, em todas as mulheres, em todos os seres, há sempre um toque dessa paixão infinita, nos entregue como presente.

Creio que o apaixonar foi sim, um presente, de Deus, que numa luta incansável para encontrar algo que deixasse a vida bela, entregou o mais belo dos sentimentos, mais forte, mais fervoroso, mais sentimental e que mais pode machucar.

Deus só falhou por não ter nos contado que deu esse presente, num lápso, esqueceu-se, passou despercebido. Um pai, quando entrega para seu filho uma bola, não o ensina a chutar, pais são tolos, eles esperam que aprendamos sozinhos, espera que saibamos como, quando e o que fazer com o que ganhamos. E assim fez Deus. Na sua misericórdia imensa e bondade infantil, nos deu um presente sem manual de instruções.

Agimos com a paixão a confundindo com o amor. Não, este não foi presente de Deus, esse foi uma invenção do homem. O homem cria o amor para aprender a viver sem a paixão. Pois esta machuca, maltrata, enquanto aquele, purifica. Este é grande, é enlouquecedor. Aquele, acalma.

Só há o amor quando a paixão morre. Pois aprendemos a viver com aquele que nos apaixonamos, então, entregamos a ele o amor, para que não doa quando tudo acabar.

O amor foi criado por nós para que posamos esquecer de nos apaixonar, e foquemos apenas nos nossos intuitos egoistas, ao inves de focar no que o outro é!

Nos apaixonamos pelo outro, enquanto amamos o que ele nos faz sentir!

O amor cura, pois quando sofremos (cria da paixão), ele nos segura numa imaginação falsa e absurda de que pelo menos vivemos algo romântico. Besteira.

Precisamos de paixão! E nada mais.

Talvez, paixão, cigarros, uísque, e música.

Se a paixão é o ato, atuo.

Se a paixão é arte, sou artista.

E por mais que deteste admitir, me apaixono perdidamente, constantemente e absurdamente.

Me apaixono por cada detalhe que me cerca, e por cada desgosto que me toma a alma.

Até pelas falhas, pelos tropeços, pelos enganos, pelos machucados.

Me apaixono e vejo a paixão no erro.

Erramos quando há paixão, acertamos quando na paixão, há o ser.

Viemos a este mundo apenas porque houve paixão. Podendo nem ser aquela que se espera que fosse, mas havia ali a paixão. Nem que apenas carnal, nem que apenas por tesão, nem que apenas e somente sexual, nada sentimental, mas ali tinha a paixão.

Vivo para me apaixonar, e me apaixono para viver.

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